Limpeza no BNH
O comprometimento de uma turma
Francisco Nery Jr
Como um quebra-molas nas ruas para Paulo Afonso, um monturo na frente de cada casa é a marca do BNH; sua identidade. As cerquinhas de madeira nos bairros americanos, as casinhas brancas na Grécia, os vilarejos em Portugal. No bairro Amauri Menezes, os monturos – de descarte e de lixo.
As ramagens provenientes de podas são regularmente recolhidas pela prefeitura. Os descartes de material pesado são recolhidos das casas dos poucos cidadãos comprometidos por carroceiros que teimam em não desaparecer. Fazem a coleta para levar um pouco de pão para suas casas e para pagar os boletos que não faltam.
Vêm as chuvas e com elas os detritos das enxurradas (incompreensivelmente não há coleta de águas pluviais nas ruas de Paulo Afonso). Mato, folhagens e detritos outros se acumulam; mau cheiro e mau exemplo.
Então chega Maninho e sua turma como um presente do céu. É o indispensável mocinho a nos livrar dos bandidos no Velho Oeste. A turma a que nos referimos é parte da Limpeza Pública Municipal. Faz o seu trabalho sem lamúrias e sem banca. Conversam entre si, às vezes cantam, e chamam a nossa atenção. Antes do diapasão dos seus direitos, a dignidade dos seus deveres.
A turma de nós outros pode não caprichar o bastante na rubrica limpeza das ruas, mas alguns correspondem à dignidade e à eficiência da turma de Maninho que, queremos crer, é da mesma cepa das turmas dos outros bairros.
Um cafezinho daqui, um lanchinho de lá, um obrigado de reconhecimento ou mesmo um sorriso formal – fazemos o que é possível com o que sobra após os boletos pontuais - e eles se vão.
A bem dizer, fica o nosso reconhecimento do fundo do coração e a promessa de, daqui pra frente, sujarmos menos o nosso bairro.
Francisco Nery Júnior