Anotações de Turismo em Paulo Afonso (1)
Modelo Reduzido de Paulo Afonso e Teleférico
Antônio Galdino
Estou concluindo um estudo sobre o turismo em Paulo Afonso e na região dos Lagos do São Francisco, na verdade, uma versão atualizada da minha defesa de Mestrado sobre Turismo, realizada em Lisboa em 2005.
Nesse estudo faço uma leitura da história do turismo em Paulo Afonso desde quando a Chesf se instalou na região para construir suas primeiras usinas hidrelétricas até os dias atuais. Falo do que já tivemos em abundância e do que temos perdido e sugerimos a criação de novos atrativos turísticos na região de tantas águas no meio da Caatinga braba, sertaneja.
Nos primeiros tempos, a própria Chesf criou uma estrutura física, a Sala dos Visitantes, e treinou uma grande equipe de profissionais para receber todos os que chegavam a esta região, basicamente com dois claros objetivos: conhecer as obras da hidrelétrica e a Cachoeira de Paulo Afonso. A Sala dos Visitantes já recebia as pessoas a partir do ano de 1950. (observe a data da foto)
A Chesf oferecia tudo gratuitamente e isso gerou uma grande dificuldade quando se começou a cobrar pelos serviços turísticos, como o dos guias de turismo que só começaram a atuar, independente da Chesf, a partir da gestão do Prefeito Abel Barbosa, no seu mandato de 1979/1985. A AGTURB-PAV Associação de Guias de Turismo de Paulo Afonso só foi criada em 1984 e teve com padrinhos a Sra. Socorro Magalhães que era a responsável pela Sala dos Visitantes e este autor, que era o Diretor do Departamento de Turismo da gestão do prefeito Abel Barbosa.
Ao longo do tempo, concluídas as grandes obras, a Chesf foi-se desfazendo de atividades outras, inclusive as associadas ao turismo. O teleférico deixou de operar há mais de 15 anos, assim como o Grande Hotel de Paulo Afonso e o Modelo Reduzido. A grande atração, a Cachoeira de Paulo Afonso, embora seja a única programável do mundo, só volta à sua beleza natural nas grandes cheias do rio São Francisco, quando todos os seus grandes reservatórios com o de Sobradinho, com capacidade de acumular mais de 34 bilhões de metros cúbicos de água, estiverem totalmente cheios ou se a Eletrobras/Chesf programar aberturas periódicas de comportas de suas barragens.
No início do século 21, na gestão do prefeito Paulo de Deus, a Chesf negociou com a prefeitura a passagem de todo o Acampamento (os Bairros Chesf) para a gestão do município e, dentro dele os muitos pequenos lagos deste Acampamento que eram então cuidados pela Chesf.
O Modelo Reduzido tem sido mostrado nas redes sociais com estragos em suas edificações, fruto do abandono, do tempo, das intempéries, uma vez que a visita a esse que era um dos atrativos turísticos de Paulo Afonso, está suspenso há cerca de 20 anos.
O Modelo Reduzido da Chesf, está localizado na Escolinha – Centro de Formação Profissional de Paulo Afonso - que atualmente é o Centro Administrativo da Eletrobras/Chesf, com a privatização da Chesf em 14 de junho de 2022.
O Modelo Reduzido de Paulo Afonso, é uma imensa maquete construída em alvenaria de pedra, a céu aberto, reproduzindo o complexo de usinas de Paulo Afonso no Rio São Francisco. Possui 1.000m2 de extensão, onde todo o complexo, barragens, casas, usinas hidrelétricas, o teleférico no cânion, a cachoeira de Paulo Afonso, tudo foi construído em escala 1:75 metros. Foi construída pelos chesfianos Jason Galindo e Branco, ambos já falecidos.
O Modelo Reduzido de Paulo Afonso sempre foi considerado um ponto turístico importante de Paulo Afonso, e foi durante muitos anos parte do roteiro de visita às áreas da CHESF. É um local onde as pessoas podem ver de perto as estruturas das usinas e barragens, em miniatura.
Modelo Reduzido de Paulo Afonso/BA e Mini-Mundo de Gramado/RS
Quando defendemos a abertura desse belo complexo em miniatura das Usinas, barragem, residências, costumamos compará-lo com o Mini-Mundo existente em Gramado/RS, mas essa comparação é apenas no tocante ao seu tamanho, uma vez que o Mini-Mundo foi criado especificamente para fins turísticos e a ele sempre são acrescidos elementos e atualizações que o valorizam.
Os que descrevem o Mini-Mundo afirmam ser “um lugar onde o impossível se torna possível. No parque, os visitantes podem passear por ruas e praças reproduzidas em escala reduzida, com mais de 150 miniaturas de famosas construções e pontos turísticos do Brasil e do mundo.
Entre as atrações mais populares estão a Estátua da Liberdade, o Palácio de Versalhes, o Castelo de Neuschwanstein, e o Maracanã, todas meticulosamente detalhadas para transmitir a grandiosidade e a beleza de suas versões originais.
Cada miniatura é composta por pequenas figuras, carros e até mesmo luzes que tornam as cenas ainda mais realistas. O nível de detalhe e a precisão com que os modelos são feitos são de impressionar, com arquiteturas e cenários que replicam, em miniatura, a realidade de forma fiel.
A experiência de caminhar entre essas miniaturas é uma verdadeira viagem, onde o visitante se sente pequeno diante da magnitude de um mundo reduzido”.
Para conhecer esse atrativo há toda uma grande estratégia de marketing até com venda de ingressos pela internet. E os ingressos custam, de R$58,00 para crianças a partir de 3 anos a R$116,00 para adultos na chamada alta estação de turismo.
A nova gestão da Eletrobrás/Chesf tem direcionado o seu foco para a objetivo fim da empresa, para a qual a antiga Chesf foi criada que é gerar, transmitir e comercializar energia hidroelétrica de suas muitas usinas, as primeiras delas construídas e em funcionamento em Paulo Afonso.
Mas acreditamos que a gestão do município de Paulo Afonso poderia estabelecer uma linha de diálogo permanente com a Eletrobrás Chesf para que alguns desses atrativos turísticos como o Modelo Reduzido e o Teleférico possam voltar a receber os turistas que chegam a Paulo Afonso e nessa busca de parceria a Prefeitura poderia assumir algumas ações com seus próprios funcionários ou de empresa por ela terceirizada e se cobrar o acesso a esses equipamentos com acontece em todos os lugares que oferecem esse tipo de serviço aos visitantes.
Ainda no tocante ao Modelo Reduzido de Paulo Afonso, o acesso, sempre acompanhado de guias autorizados, poderá ser pela Rua Aurora, direto para o equipamento, sem oportunidade de acesso à área administrativa da Eletrobrás Chesf.
No que se refere ao Teleférico, temos sugerido em matérias do Jornal Folha Sertaneja e neste site, que a própria Eletrobras/Chesf ou empresa da área de turismo especializada nesse segmento, contratada pela hidrelétrica, poderia reativar o teleférico que já existe e até colocar outros teleféricos no próprio cânion e até um entre a Ilha do Urubu e a Usina Angiquinho, sobre a Cachoeira de Paulo Afonso, uma vez que a Usina Angiquinho é também patrimônio da Eletrobras/Chesf.
Em Lisboa, por exemplo, há um sistema de teleféricos, menores, para 4 pessoas cada, que sobrevoa uma área de cerca de 200 metros e, os preços desse “passeio”, são:
Preços detalhados (ida e volta):
Preços detalhados (só ida):
