Em menos de 24 horas, a matéria sobre os 61 anos da emancipação política de Rodelas no Folha Sertaneja alcançava 584 acessos. Pelas fotos e pela quantidade de acessos, patentemente clara a gana, o interesse e a proatividade de um povo desgraçadamente desprezados pelos políticos ou administradores em quase todas as cidades do Brasil. 

Não importa que a velha Rodelas tenha sido afogada embaixo das águas do São Francisco em 1988. Como a Fênix, ressurgiu e ressuscitou possante. Como no caso da Velha Glória, o sacrifício foi fundamental para o desenvolvimento do Nordeste.

No primeiro parágrafo, consta o termo administradores. Como seria a administração das nossas cidades? Qual a sua eficiência? Em que pé a maximização dos seus recursos? Evidente que há carências e deficiências. Precisamos urgentemente de uma Reforma Administrativa no país, depois de uma Reforma Política.

Tomando como base os Estados Unidos, como poderia ser a administração das nossas cidades? De passagem, haveria interesse dos atuais detentores do poder político, bem aninhados nas suas posições, de fomentar alguma mudança? Seria necessário uma gritaria ou mesmo um levante popular? A nossa gritaria solitária surtiria algum efeito?

Nos Estados Unidos, há os condados que são aglomerações de cidades onde uma delas funciona como sede. Arrecada impostos, fixa salários, supervisiona eleições e toca obras de interesse comum.

O mais importante de tudo, no nosso entender, é a existência de um administrador municipal, experiente e treinado, contratado pela municipalidade para gerir a cidade. Assim funciona na maioria das cidades. Eu tive a oportunidade de constatar a existência do administrador na cidade americana de Worcester no estado de Massachussets em uma entrevista para o site.

Importante frisar que o dito administrador é um funcionário contratado que responde e depende de um conselho municipal (nossa câmara de vereadores).

Para evitar muita delonga, imaginemos uma zona de descarte de lixo comum a várias cidades, evitando o gasto individual de cada cidade na construção e manutenção de cada "dumping". O mesmo raciocínio se aplica aos serviços de saúde, educação, lazer, e assim sucessivamente.

Enquanto a bendita reforma não vem, por que não os senhores prefeitos se entenderem para a otimização da aplicação dos nossos impostos tão arduamente gerados? E na esfera estadual, aproveitando a oportunidade, por que não os governadores da Bahia e de Pernambuco se contaminar[em] com a fantástica vontade do governador de Alagoas de trazer, de volta da poeira do tempo, o Trem do Imperador"?

Francisco Nery Júnior