noticias Seja bem vindo ao nosso site Jornal Folha Sertaneja Online!

Professor Galdino

10 de maio de 1970 – O dia na História – Nasce o Bairro Mulungu, hoje BTN 10 de maio de 2025 - Bairro Tancredo Neves - 55 ANOS

Publicada em 10/05/25 às 15:42h - 69 visualizações

Antônio Galdino - atualizada em 10/05/2025 às 17:25hs.


Compartilhe
Compartilhar a noticia 10 de maio de 1970 – O dia na História – Nasce o Bairro Mulungu, hoje BTN 10 de maio de 2025 - Bairro Tancredo Neves - 55 ANOS  Compartilhar a noticia 10 de maio de 1970 – O dia na História – Nasce o Bairro Mulungu, hoje BTN 10 de maio de 2025 - Bairro Tancredo Neves - 55 ANOS  Compartilhar a noticia 10 de maio de 1970 – O dia na História – Nasce o Bairro Mulungu, hoje BTN 10 de maio de 2025 - Bairro Tancredo Neves - 55 ANOS

Link da Notícia:

10 de maio de 1970 – O dia na História – Nasce o Bairro Mulungu, hoje BTN 10 de maio de 2025 - Bairro Tancredo Neves - 55 ANOS
 (Foto: Arq. do jornal Folha Sertaneja)

O dia na História –

10 de maio de 1970 –Nasce o Bairro Mulungu, hoje BTN

10 de maio de 2025 - Bairro Tancredo Neves - 55 ANOS

Antônio Galdino da Silva 

Em 10 de maio de 2025 o Bairro Presidente Tancredo Neves, conhecido com BTN e suas ramificações 1, 2 e 3 e outros bairros a ele agregados comemora 55 anos de vida e, como toda história de vida de comunidades, teve seus momentos de dor, de aperreio, de incertezas e de crescimento e hoje é uma grande cidade dentro da cidade de Paulo Afonso.

E, quando se comemora data tão significativa, é importante que se conheça, porque ele nasceu, qual o motivo do seu nascimento e, para isso precisamos fazer uma viagem para o passado e voltar às origens, aos primeiros anos que levaram ao nascimento do Município de Paulo Afonso, da cidade de Paulo Afonso, a quem este populoso bairro pertence.

Tudo era Forquilha, inexpressivo povoado de Glória

No final dos anos de 1940, toda essa vasta área hoje coberta por milhares de casas, grandes escolas, colégios, hospitais, ruas asfaltadas, praças, igrejas era apenas um enorme espaço vazio, pedaço grande da caatinga e por aqui, nas terras do hoje BTN, na vegetação catingueira, se podia encontrar com facilidade muitos pés do mulungu (Erythrina mulungu) com suas lindas flores e sementes vermelhas que deram o primeiro nome a este Bairro. Mulungu.

Árvore Mulungu e suas sementes

Por perto, existia a Baixa Funda e a Baixa do Mulungu, hoje debaixo das águas do Reservatório da Usina Paulo Afonso 4, como lembrou seu João Miguel, morador de Paulo Afonso desde os primeiros tempos da Chesf, em uma participação em programa da Rádio Cultura de Paulo Afonso em que eu falava do começo da vida da cidade e município de Paulo Afonso, sobre o que já escrevi 8 livros, tenho outros dois em processo de construção e, há mais de 21 anos registro a sua história mais recente no Jornal Folha Sertaneja e no site www.folhasertaneja.com.br.

E chegou a Chesf – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - 1948

A Chesf se instalou na região no final de 1948, para, aproveitando a ideia de Delmiro Gouveia, construir a Usina de Paulo Afonso para gerar energia hidro elétrica e levar essa energia para o Nordeste brasileiro que era uma região miserável, com índices de desenvolvimento humanos comparados aos piores dos países mais pobres da África.

Como se viu, “a luz de Paulo Afonso”, a partir de 15 de janeiro de 1955, quando foi inaugurada esta primeira Usina Hidrelétrica que, com apenas 180 MegaWatts, começou a mudar a história de toda essa região e viu-se a necessidade de serem construídas outras Usinas Hidrelétricas e vieram as Usinas Paulo Afonso II, com 443 MW e Paulo Afonso III, com 794 MW, todas subterrâneas.

Usinas Paulo Afonso I, II e III

À medida que a construção de outras usinas era anunciada, mais gente chegava para esta região. Três anos depois da inauguração da 1ª Usina, o Distrito de Paulo Afonso tornou-se independente, emancipado do município de Glória e já com uma grande população. O Censo do IBGE do ano de 1960 mostra que a população do município criado menos de dois anos atrás já era de 25.259 e, dez anos depois, em 1970, quando nasceu o Bairro Mulungu, hoje Tancredo Neves, essa população quase tinha dobrado e chegava a 46.126 habitantes.

Usina Paulo Afonso IV

O Nordeste, em franco desenvolvimento com a chegada da “luz de Paulo Afonso”, também precisava de mais energia para continuar esse desenvolvimento e a Chesf planejou a construção da Usina Paulo Afonso IV, com quase o dobro da capacidade de geração das três primeiras usinas hidrelétricas juntas, que somavam 1.417 MW. A Usina Paulo Afonso IV tem a capacidade de gerar 2.462 MW.

Lago de Moxotó, Canal da Usina PA-IV, Prainha de Paulo Afonso e Reservatório da Usina PA-IV

O Canal e o Reservatório da Usina Paulo Afonso - IV

Para isso foi necessário construir um canal para levar água do Reservatório de Moxotó para outro reservatório necessário para alimentar esta nova e gigantesca Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso IV.

O Canal de seis quilômetros, com 135 metros de largura e o reservatório da Usina PA-IV inundaram terras onde habitavam famílias nos lugares conhecidos como Riacho do Grito, Gangorra, Bairro da Lagoa e Bairro do Forno. As águas do reservatório da Usina PA-IV também cobririam o lugar conhecido como Baixa Funda, onde existia o Instituto Municipal de Educação de Paulo Afonso, IMEAPS, que deu origem a CIEPA e foi transferido para o Bairro Centenário em 1970 e hoje é o CETEPI-1.

Os moradores desses lugares viveram momento de grande sufoco, nos primeiros momentos, quando tratores da Chesf entraram na área e só não derrubaram as casas simples que existiam ali por causa da intervenção do Padre Alcides Modesto Coelho, como relata o historiador João de Sousa Lima em seu livro Paulo Afonso e a Vila Poty – a História não contada (Editora Fonte Viva – 2017)

A construção da Usina Paulo Afonso IV fez nascer o Bairro Mulungu, hoje BTN

Antigo bondinho sobre as Quedas do Croatá

A apresentação do Projeto do Canal. A viagem/aventura no Bondinho

Recordo-me que participei de um evento muito marcante e até inusitado que antecedeu o nascimento do Bairro Mulungu, hoje Tancredo Neves.

Ainda no ano de 1969 quando eu era correspondente do Jornal da Bahia, de Salvador, recebi um convite do Prefeito Edison Teixeira para ir, como jornalista a uma reunião que seria realizada na residência do então diretor técnico da Chesf, Dr. Amaury Menezes que morava na Ilha do Urubu.

Para se chegar até à sua residência, na época, só era normalmente possível pelo bondinho que passava sobre as quedas do Croatá e ia até a Ilha do Urubu. Nesse tempo, e durante dezenas de anos ainda, as cachoeiras estavam com muitas águas.

Ao chegar ao local do bondinho para ir à residência do Diretor Técnico da Chesf, ali já estavam além do prefeito, todos os vereadores da Câmara Municipal de Paulo Afonso. Embarcamos no bondinho, cerca de 14 a 15 pessoas, dentro da capacidade normal do equipamento, conforme nos informaram.

Ligaram o bondinho e ele começou a se movimentar no destino da Ilha do Urubu. De repente, no meio do caminho, muitas conversas animadas foram interrompidas por um estalo seco e um solavanco que assustou a todos. Depois de uns balanços, o bondinho parou. 

À distância se via, entre as brunas, o nevoeiro formado pelo impacto das águas das cachoeiras nas pedras, uma movimentação de pessoas, agitadas. E nós, no bondinho, sem nenhuma comunicação. Não havia celular. Entre os passageiros do bondinho, via-se claramente um esforço grande para se evitar o pânico. Era por volta das 8 horas da noite e presos em um teleférico em cima das muitas águas das quedas do Croatá estavam o prefeito, todos os vereadores e o único representante da imprensa escrita da cidade, todos sem nenhuma comunicação com o continente em volta.

Depois de cerca de uma hora nesse clima, um novo solavanco e sentimos que bondinho começava a se mexer e a seguir para o lado da Ilha do Urubu. Enfim, chegamos e todos fomos muito bem recepcionados pelo próprio diretor da Chesf e seus assessores.

O motivo dessa reunião que, por pouco não terminou em tragédia, era justamente para que o diretor da Chesf apresentasse ao prefeito, aos vereadores e à imprensa, o projeto de construção do Canal da Usina PA-4, que levou ao deslocamento de famílias que moravam no local por onde ele passaria para o local onde seria o Bairro Mulungu. 

Nesse trajeto moravam pessoas das comunidades Riacho do Grito, Gangorra, Bairro da Lagoa e Bairro do Forno, e esses moradores viveram momento de grande sufoco, nos primeiros momentos quando tratores da Chesf entraram na área e só não derrubaram as casas simples que existiam ali por causa da intervenção do Padre Alcides Modesto Coelho, como relata o historiador João de Sousa Lima em seu livro Paulo Afonso e a Vila Poty – a História não contada (Editora Fonte Viva – 2017).

Ah! E sobre o problema com o Bondinho, preciso esclarecer. O Bondinho era seguro por um grosso cabo de aço. E havia outro cabo de aço, esse bem fino, que puxava o bondinho. Esse era o cabo que levava e trazia o bondinho puxado pelo motor instalado e manobrado pelo operador em terra, na base do morro do teleférico. Esse cabo fino se rompeu e foi uma grande mão de obra para colocar outro no meio da noite. Uma aventura e tanto...

 

Os Prefeitos de Paulo Afonso antes do Bairro Mulungu

Até a data da criação do Bairro Mulungu, o município de Paulo Afonso só tinha sido administrado por quatro prefeitos e um interventor: Otaviano Leandro de Morais (Abr/1959 – Abr/1963); Adauto Pereira de Souza (Abr/1963 – Set/1966) – Adauto Pereira renunciou em 14/09/1966; Manoel Pereira Neto (Set/1966 – Dez/1966) – Era o presidente da Câmara Municipal; O Tenente João Soares que era o Delegado Municipal e foi interventor do município de 1º/Jan/1967 a 1º/Fev/1967) e Edson Teixeira Barbosa – Eleito em Outubro de 1966, tomou posse em 1º de Fevereiro de 1967.

Paulo Afonso vivia, como todo o Brasil, a época do governo militar iniciado em março de 1964. O município de Paulo Afonso havia sido considerado como “área de segurança nacional” e por conta dessa decisão do governo militar federal elegeu o seu último prefeito em 1966, o médico pediatra chesfiano Edson Teixeira Barbosa tomou posse em 1º de fevereiro e o seu mandato deveria terminar em 31 de dezembro de 1970. Mas, porque Paulo Afonso era área de segurança nacional, em face da existência das usinas hidrelétricas da Chesf, não houve a eleição para prefeito no ano de 1970 e o mandato de Edson Teixeira foi esticado por vários anos até que em, 14 de maio de 1974 ele renunciou.

Prefeito Edison Teixeira era médico pediatra da Chesf

Quando o Mulungu foi criado, o prefeito era Edson Teixeira Barbosa

Desde a sua criação, na gestão de Edson Teixeira Barbosa, o Bairro Mulungu, atual Bairro Tancredo Neves, viu passar pela gestão do município de Paulo Afonso muitos prefeitos, de Edson Teixeira, em 1970 a Mário César Barreto Azevedo, conhecido como Mário Galinho, eleito em outubro de 2024 e empossado em 1º de janeiro de 2025.

O município de Paulo Afonso completa em 28 de julho, 67 anos de emancipação política. O Bairro Tancredo Neves completa em 10 de maio, 55 anos de sua criação.

Prefeitos de Paulo Afonso quando o BTN se chamava Mulungu

Edson Teixeira Barbosa – até 14/05/1974

Abel Barbosa e Silva – de 14/5/1974 a 16/10/1975

José Rodrigues de Figueiredo Barbosa – 16/10/1975 s 19/03/1979

Metódio Nunes Magalhães 19/03/1979 a 04/04/1979

Frederico Fausto Agostinho de Melo - 04/04/1979 a 04/08/1979

Abel Barbosa e Silva – de 04/08/1979 a 31/12/1985

José Ivaldo de Brito Ferreira – 01/01/1986 a 31/12/1988

Foi na gestão do Prefeito José Ivaldo que o Bairro Mulungu passou a se chamar Bairro Tancredo Neves conforme a Lei Municipal Nº Lei 491/1986, de 3 de março de 1986, que passou a valer na data de sua publicação, 4 de março de 1986.

O ex-prefeito José Ivaldo informou que a mudança do nome do bairro foi para atender a um abaixo-assinado com 5 mil assinaturas de moradores do então Bairro Mulungu, pedindo a mudança e por essa Lei Municipal o populoso Bairro passou a se chamar Bairro Presidente Tancredo Neves.

Parabéns, BTN pelos 55 anos de desenvolvimento!

Jornal Folha Sertaneja e 

site www.folhasertaneja.com.br. 




ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário
0 / 500 caracteres


Insira os caracteres no campo abaixo:








Nosso Whatsapp

 (75)99234-1740

Copyright (c) 2025 - Jornal Folha Sertaneja Online - Até aqui nos ajudou o Senhor. 1 Samuel 7:12
Converse conosco pelo Whatsapp!