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Professor Galdino

Ponte Metálica Dom Pedro II – Paulo Afonso-BA

“A MAJESTOSA PONTE METÁLICA EMOLDURANDO AS BELEZAS DOS CÂNIONS DO RIO SÃO FRANCISCO.”

Publicada em 13/06/25 às 13:41h - 119 visualizações

João de Sousa Lima - escritor, historiador


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Ponte Metálica Dom Pedro II – Paulo Afonso-BA
 (Foto: João Tavares (acervo Antônio Galdino), Arq. Jornal Folha Sertaneja, João de Sousa Lima e internet)

Do Editor do site: 

Vez por outra recebo questionamentos de leitores deste site sobre fatos da história de Paulo Afonso, as primeiras obras da Chesf, edificações pioneiras de Paulo Afonso. Temos atendido a essas consultas com matérias especiais apresentadas no site e também publicadas no Jornal Folha Sertaneja online e até criamos um capítulo especial no livro anual da ALPA, chamado Revista da Academia de Letras de Paulo Afonso, publicados até o ano de 2023, quando ali estive presidindo esta Academia de Letras.

Recentemente, recebemos uma consulta sobre a Ponte D. Pedro II, a nossa Ponte Metálica de que trato no livro ABEL BARBOSA – o inventor de Paulo Afonso e sobre o que o historiador João de Sousa Lima desenvolveu uma grande pesquisa, publicada na Revista da ALPA, Nº 2, por mim organizada e publicada em novembro de 2020.

Também já foram publicadas, nesse site e no Jornal Folha Sertaneja, várias outras matérias sobre essa ponte, um dos atrativos turísticos de Paulo Afonso, e alguns links estou disponibilizando no final desta matéria.

Esta ponte já foi capa da Revista Italiana CONNESIONE -www.revistaconnessione.com, editada em parceria com a RádioWeb www.seliganamúsica.com.

Pela quantidade de informações conseguidas pelo historiador e escritor João de Sousa Lima, decidi publicar nesse site, a seguir, essa sua pesquisa sobre essa importante Ponte Metálica D. Pedro II, em Paulo Afonso, sobre o cânion do Rio São Francisco ligando os estados da Bahia (Paulo Afonso) e Alagoas (Delmiro Gouveia).

O contato de WhatsApp do autor, João de Sousa Lima é 75 98807-4138. - (Antônio Galdino, Editor do site)

 

Ponte Metálica Dom Pedro II – Paulo Afonso-BA

“A MAJESTOSA PONTE METÁLICA EMOLDURANDO

AS BELEZAS DOS CÂNIONS DO RIO SÃO FRANCISCO.”

João de Sousa Lima

Uma das mais imponentes e importantes obras realizadas nos cânions do Rio São Francisco próximo a Cachoeira de Paulo Afonso, foi a ponte Dom Pedro II, também conhecida como “Ponte Metálica”. Algumas pessoas também a chamavam de “Ponte do D.N.E.R.”, por ter sido essa Instituição a responsável pela construção.

Existem alguns postais das décadas de 1950 e 1960 identificados como Ponte do DNER. A Ponte recebeu esse nome Dom Pedro II em homenagem a visita que o Imperador realizou a Cachoeira de Paulo Afonso em outubro de 1859.

Sua beleza e magnitude impressionam a todos, sendo um dos belos cartões postais do Brasil. Foi por muito tempo o maior vão livre em pontes do Brasil.

A sua construção foi cercada de dificuldades. Não se sabe ao certo o ano que foram adquiridas as suas ferragens. Fala-se que o ferro é Francês, sendo da mesma qualidade da ferragem utilizada na Torre Eifell, em Paris e, segundo o escritor que foi diretor da Chesf, Luiz Fernando Motta Nascimento, o contrato de construção da ponte metálica foi assinado em dezembro de 1948, com a sua conclusão prevista para o segundo semestre de 1950.

Uma referência sobre a construção da ponte eu encontrei na Revista “O CRUZEIRO” de 03 de janeiro de 1953, em um texto bastante expressivo e em alguns momentos até mostrando claramente uma cobrança do autor do texto, pelo com o tempo de finalização da construção como também pelo descaso e pela falta de cuidado com o manuseio do material.

O texto é do jornalista Alberto Rocha, com fotos de Indalécio Wanderley, em uma grande reportagem sobre a construção da primeira Usina do Nordeste, com o título PAULO AFONSO 1952. Em certo trecho ele fala da ponte:

AS RUÍNAS DE PAULO AFONSO: Para visitar a linha de transmissão para o Recife, no local em que se encontravam os trabalhos, fez-se necessário ir a Garanhuns, Pernambuco, onde estão sediados os escritórios e as oficinas. Essa ida a Garanhuns foi o primeiro contato com falência da administração pública, no fazer a parte que lhe cabia par dotar o Nordeste de um sistema elétrico com base no aproveitamento de Paulo Afonso. Nos primeiros dias de dezembro de 1947, o então presidente Dutra dirigiu-se ao Ministro da Viação, solicitando fossem tomadas as providencias da alçada do seu ministério, para melhorar ou construir as vias de acesso ao canteiro das obras que ali se iriam realizar. Antes, portanto, da própria instalação da CHESF, que só se deu em março do ano seguinte. No programa então estabelecido, ficaram assentadas a construção de uma ponte sobre o Rio São Francisco, a jusante de Paulo Afonso, e de uma rodovia que, seguindo na direção geral de Delmiro e Mata Grande, em Alagoas, passasse por Águas Belas e atingisse Garanhuns. Essa estrada, além de servir de apoio à linha de transmissão, viria a se constituir, mais tarde, em um dos elos da ligação entre Salvador e Recife, passando por Paulo Afonso. Também ficou acertado que Petrolândia seria ligada, pela margem esquerda do rio, ao local da ponte, servindo ao canteiro de trabalho da margem alagoana, e que seria terminada a estrada estadual para Glória, na margem direita.

Decorridos cinco anos e consumidos, só de verbas orçamentárias, uns 50 milhões de cruzeiros. O Departamento Nacional de Estradas e Rodagens – DNER - limitou-se a adquirir a ponte de aço, fabricada na França, e a por em tráfego a estrada para Glória. Nesta, foram feitos os estrados de sete ou oito pontes (os encostos já estavam prontos), faltando ainda duas maiores e extenso corte em pedra. A ponte de aço está jogada em ambas as margens do rio, sendo que só agora a parte que chegou pelo Porto de Recife está sendo para ali transportada. Durante uns três anos, ficaram as peças expostas ao ataque do ar marinho nas docas da capital pernambucana, sendo a oxidação de tal ordem que, na opinião do engenheiro que lá se encontra, algumas talvez tenham de ser substituídas. Só não se pagou de armazenagem algumas vezes o valor da ponte porque foi ela perdoada pela administração das docas. No local das obras, para retirar as pesadas peças dos caminhões, havia apenas uma escavadeira, que estava servindo de guindaste. Essa máquina está quebrada e o desembarque se faz atirando as peças no chão, o que empenou grande número, exigindo retificações, que se farão a grandes penas e despesas. A estrada pela margem esquerda foi traçada e desmatada ainda ao tempo do Distrito especial D.N.E.R., mandado criar para encarregar-se desses trabalhos, em Petrolândia. Esta abandonada. A construção da rodovia para Garanhuns foi pulverizada entre muitos “empreiteiros”, a que faltavam recursos, equipamentos e tirocínio. O pouco que foi feito, nessas condições dispersivas, está também abandonada e terá, provavelmente, que ser começado de novo...” (texto publicado na Revista O CRUZEIRO, citada).

A principal importância da construção da ponte era auxiliar no transporte tanto intermunicipal quanto no interestadual, ligando principalmente os estados de Bahia e Alagoas e auxiliando no transporte viário do Nordeste brasileiro, ligando o Brasil do Sul ao Norte.

Outra função primordial da edificação da ponte Dom Pedro II era transportar os materiais pesados da Chesf que vinham para a construção das usinas, como geradores, turbinas, motores e ferragens diversas. O único meio desse material chegar até Paulo Afonso era atravessar o Rio São Francisco, na antiga Barra, município de Glória, em uma balsa de ferro, com capacidade para 25 toneladas, que pertencia a José Ferreira Batista e Milvernes Cruz Lima.

José Ferreira também foi comerciante e prefeito em Santo Antônio da Glória e a barcaça que fazia esse trajeto entre Pernambuco e Bahia (Petrolândia e Glória), que era de sua propriedade, chamava-se “Fortaleza”.

A Construtora Tácito Viana, de Resende no Rio de Janeiro, foi a encarregada de construir as escadas de acesso e as bases de sustentação da ponte na primeira etapa, ocorrida entre 1951 e 1953. Com a empresa veio quatro engenheiros Russos: Nicola, Ivan, Tarasso e Jorge. O Topógrafo e Mestre de Obra foi o senhor Alcides Alves Nóbrega, que teve o irmão Altacílio Alves Nóbrega trabalhando como montador e que acabou falecendo durante a construção da ponte. Alcides foi compadre de Tácito Viana.

Em uma das etapas de colocação das longarinas, estando na parte superior do coroamento da junção entre o semi-arco e a parte vertical com a horizontal das estruturas metálicas, o encarregado Russo Nicola pediu para que Altacílio se amarrasse com a corda de segurança enquanto realizava parte da montagem e funcionário negligenciou o item de segurança argumentando que não seria necessário. De repente um forte vento girou uma das longarinas que o atingiu e o derrubou. Durante a queda o funcionário caiu batendo nas pedras e parando na base de sustentação do lado baiano. O acidente terrível quebrou todos os ossos do montador e até hoje existe uma cruz marcando o lugar desse trágico desastre.

Em cada uma dessas duas bases de sustentações foram gastos 1.500 sacos de cimento.

Um local de apoio a construção da ponte foi o galpão que servia como almoxarifado para guardar equipamentos e máquinas e, principalmente, a grande quantidade de rebites. Nesse prédio, posteriormente, funcionou durante anos a Escola José Geraldo.

Um dos Russos que vieram para construir a ponte, o Jorge, que era um exímio nadador, com algumas medalhas no currículo, adquiridas em competições, depois do expediente, apostou com alguns brasileiros que conseguiria atravessar o Rio e se lançou nas corredeiras e próximo a uma cachoeira existente na época chamada Cachoeira dos Veados, foi engolido pelas águas do São Francisco.

Depois das bases construídas, as obras pararam e as ferragens ficaram abandonadas, uma parte do lado baiano e outra pelo lado alagoano.

Presidente Juscelino Kubitscheck

Em 1955, com o político Juscelino Kubitscheck em plena campanha política para presidente da República, indo para Recife, o avião em que ia viajando, modelo Douglas, apresentou uma pane e tiveram que pousar no aeroporto de Paulo Afonso para realizar a manutenção da aeronave, enquanto os ocupantes foram se acomodar na Casa de Hóspedes da Chesf.

Ainda no aeroporto, Juscelino procurou saber quem era a liderança política da cidade e informaram que era Abel Barbosa, que no momento estava com os escoteiros no campo de Chefe Abel, fazendo educação física. JK pediu a seu assessor Dr. Geraldo, que procurasse Abel e visse com ele a possibilidade de realizarem um comício à noite. Abel correu e foi convocar seus eleitores. No começo da noite o comício aconteceu em frente à Sede dos Escoteiros, na Rua da Frente, número 562, ao lado do Posto Oásis. Com o palco improvisado com uma mesa de sinuca, para um grande público, com a locução sem fio e sem som, Gilberto Leal apresentou Abel e Juscelino que falaram ao público, com JK enumerando seus planos de governo e no final de seu discurso, quando ele perguntou se alguém teria uma pergunta, no meio da multidão, surgiu seu Aparício indagando se ele fosse eleito Presidente da República, se construiria a ponte inacabada sobre o cânion, unindo os estados de Bahia e Alagoas.

Juscelino respondeu que se fosse eleito essa seria uma das suas prioridades. Quando Juscelino foi eleito, em 03 de outubro de 1955, Abel Barbosa foi um dos seus convidados na posse, permanecendo em companhia de JK por 20 dias. Dias depois os trabalhos da Ponte Dom Pedro II foram retomados, sendo concluídos em 1958. (relato feito por Abel Barbosa aos escritores João de Sousa Lima e Antônio Galdino da Silva, este, autor do livro ABEL BARBOSA – o inventor de Paulo Afonso).

A obra da construção da ponte foi de responsabilidade do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), com sede em Recife-PE. O primeiro Engenheiro do DNER que morou no canteiro de obras, na Cachoeira dos Veados, em Paulo Afonso-BA, foi o Eng. Fernando.

Foi contratada uma construtora, para construir as bases de sustentação, de ambos os lados. Primeiro foi construída a do lado da Bahia, em 1951/1953, e depois a do lado de Alagoas, em 1954/1955. Com esta empresa vieram 03 técnicos estrangeiros, Nicola Russo (romeno), Ivan Sopink (russo) e Tarrasch (polonês), além de um austríaco, da área administrativa.

Entre os anos de 1950 a 1952, os irmãos João Maurício dos Santos e Joaquim Maurício dos Santos, trabalharam contratados pelo DNER. O chefe dos dois era o Manuel “Magrisso”. Um fato curioso que eles são filhos do cangaceiro Barra Nova, morto em combate pelo tenente Zé Rufino. Os irmãos eram encarregados de organizar no almoxarifado os rebites e peças que chegavam. O João Maurício hoje com 90 anos de idade reside no Alto dos Coelhos em Água Branca e o Joaquim Maurício, aos 87 anos, reside em Delmiro Gouveia. Em agosto de 1952 o João Maurício fichou na Chesf.

Na segunda etapa de construção, com a autorização de Juscelino, a empresa encarregada foi a “SOBEMEC” – Sociedade Brasileira de Estruturas Metálicas e Construções LTDA. – Obras de Montagem da Ponte de Paulo Afonso. O DNER contratou a empresa de origem francesa e filial brasileira, SOBEMEC para o fornecimento e montagem da ponte. A Sobemec tinha escritório na Av. Erasmo Braga, 227, no Centro do Rio de Janeiro e era do empresário francês, Bardot. O Filho do Bardot, Sr. Jean Bardot, era o responsável pela empresa no Brasil.

O montador chefe foi o engenheiro Romeno Constantino Oprea, admitido no dia 20 de junho de 1956, atuando até o término de construção da ponte em 07 de fevereiro de 1958. Começou trabalhando com o salário de 12.000 cruzeiros por mês.

Eng. Constantino Opréa (Acervo João de Sousa Lima)

O senhor Bardot e seu filho, contrataram o Eng. Constantino Opréa, romeno, bacharel da Escola Superior de Pontes e Estradas de Bucarest e membro da Associação Geral dos Engenheiros da Romênia, que havia sido indicado por amigos comuns, para ser o engenheiro executivo responsável pelas obras da montagem da ponte. Foi contratado também, um engenheiro civil de origem portuguesa, Soares, como responsável pela parte administrativa. O engenheiro. Oprea completou e organizou a equipe técnica de montagem, contratando mais oito técnicos para as áreas necessárias. Um conjunto de fotografias da construção da ponte me foi disponibilizada pelo senhor George Oprea, filho de Constantino.

A Sobemec montou dois canteiros de obra, um do lado da Bahia, na denominada Cachoeira dos Veados, e outro menor no lado de Alagoas.

Os dois canteiros eram ligados e acessados por uma caçamba metálica em forma de gaiola, que se deslocava sobre um cabo de aço, por cima do rio, e havia um pequeno abrigo, do lado da Bahia, onde ficavam o motor e os controles.

A área de operação, o canteiro de obras principal, ficava do lado da Bahia, na Cachoeira dos Veados, cercado de arame farpado e com um portão de acesso.

Dentro dessa área, havia uma casa grande de alvenaria, onde morava o eng. Fernando, responsável do DNER, com sua esposa.

Depois de um tempo, o Eng. Fernando, foi substituído pelo eng. Givaldo, e por último, este substituído por outro engenheiro.

Ainda nessa área, havia uma construção de alvenaria com três cômodos para dormir, uma lavanderia e um banheiro, além, de um salão para repouso e recreação, que servia de apoio aos três técnicos estrangeiros. Os três eram muito unidos e iam para a Vila Poty quase toda noite.

Tinha também uma pequena casa, com quarto, banheiro, uma sala usada para as refeições do pessoal técnico, um escritório onde ficavam os arquivos, documentos e materiais de apoio, e uma cozinha que contava com uma cozinheira/arrumadeira que vinha diariamente. Nessa casinha, pousava o engenheiro Soares quando vinha por alguns dias ao mês, para a fiscalização e pagamento do pessoal.

Havia também um almoxarifado grande, de alvenaria, administrado por duas pessoas, e um galpão grande, de alvenaria, onde estava instalada a oficina mecânica, com ferramentas pesadas, inclusive um torno mecânico de indústria pesada, onde trabalhavam dois mecânicos e três auxiliares.

Existia ainda uma pequena casa de madeira, embrenhada na mata rasa, próxima do canteiro, onde ficava a marcenaria e onde morava o marceneiro.

A ponte inteira, foi importada desmontada em grandes peças, com imensos parafusos, porcas e rebites, tratadas com tinta anti-corrosiva e ficavam no chão, ao ar livre, uma parte no lado da Bahia e outra no lado de Alagoas.

Na área de Paulo Afonso ficavam as gruas para a movimentação e colocação das peças. A obra contava com uma camionete e um caminhão FNM.

Do lado de fora do acampamento de obras, foram construídas três casas de alvenaria. Uma ocupada pelo engenheiro Constantino Opréa e família (esposa, uma filha e um filho) e uma ocupada pelo engenheiro, Celso, do DNER, assessor do engenheiro Fernando. Em frente a essas duas casas, do outro lado da rua, havia uma casa grande de alvenaria, em estilo colonial, que servia de apoio ao Sr. Jean Bardot, quando vinha, eventualmente, visitar e acompanhar os trabalhos. Perto da fase final da obra, o senhor Bardot cedeu essa casa para o engenheiro Opréa.

Na mesma área, do lado de fora do canteiro de obras, haviam algumas pequenas casas de madeira, abrigando famílias da região.

No lado de Alagoas tinha apenas uma residência, onde morava o responsável pelo canteiro local (um austríaco), com esposa e filho, além de um pequeno almoxarifado.

O contingente da obra não era grande. Aproximadamente 20 pessoas, além do supervisor do DNER e seu assessor.

Atuando na SOBEMEC e finalizando a Ponte Dom Pedro II, Constantino permaneceu de 1956 a 1958 e logo após passou para a Chesf onde foi admitido no dia 06 de março de 1958, como auxiliar técnico.

A ponte, que foi finalizada em 1958, só foi oficialmente inaugurada no dia 21 de abril de 1960, tendo a presença de um representante enviado por Juscelino Kubistchek. Durante todo o tempo da construção o DNER-Departamento Nacional de Estradas e Rodagens manteve funcionários e casas em torno da ponte, pelo lado baiano.48

Com um vão de 240m, largura de 10m e altura de 84m, a majestosa ponte sobre o cânion do Rio São Francisco, tornou-se um dos mais visitados pontos de Paulo Afonso.

Por anos se praticou os esportes radicais tendo como ponto de partida a ponte, até ser proibido pelo DNIT que alegou excesso de peso, por colocarem guindastes fixos para aumentar a altura dos saltos.

O Ministério Público Federal requereu ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que fosse realizado um levantamento de seu valor histórico, paisagístico e cultural para um eventual tombamento. Sua preservação passou a ser de responsabilidade do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte).

Em uma das cenas do filme o MATADOR, dirigido por Marcelo Galvão e lançado em 2017, em uma montagem bem feita e interessante aparece uma Locomotiva Maria fumaça atravessando por cima da ponte.

O famoso refrigerante Pepsi Cola fez uma propaganda mundial onde o foco principal foi a ponte e seu majestoso cânion.

Quando da passagem da Tocha Olímpica em Paulo Afonso, os Correios em parceria com a prefeitura lançaram um Selo Postal Comemorativo, no dia 21 de junho de 2016, com a imagem da Ponte Dom Pedro II, evidenciando sua magnitude.

A Ponte Dom Pedro II ou como a chamamos carinhosamente: “Ponte Metálica”, foi uma das grandiosas obras realizadas para evidenciar mais as belezas do Rio São Francisco e uma construção de suma importância para o desenvolvimento do Nordeste e do Brasil.

João de Sousa Lima

Membro fundador da ALPA, cadeira Nº 06

Texto publicado na Revista da Academia de Letras

de Paulo Afonso – Edição Nº 02, organizada por

Antônio Galdino da Silva em novembro de 2020.




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2 comentários


F. Nery Jr.

13/06/2025 - 20:39:18

Obrigado a João (e à Folha) pelo passeio agradável. Vimos como a coisa era feita no peito e na raça naquele tempo. Vimos como Juscelino fez diferença no Brasil principalmente em termos de infraestrutura para o desenvolvimento. Data vênia, algumas cobranças: disponibilizar o conjunto de fotografias, o cabra "engolido" morreu mesmo, um elogio à engenharia brasileira embora a assessoria estrangeira, e cobrar a manutenção e avaliação da ponte pelo DNIT (capacidade de suporte de peso). Parabéns.


Marcondes José de Queiroz

13/06/2025 - 15:28:47

Após 61 anos de vida tiver a grata satisfação de conhecer a história da histórica ponte Dom Pedro II,por ser amigo do grande Historiador João de Sousa Lima, a quem tenho orgulho de amigo, conterrâneo e reservista 83.


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