noticias Seja bem vindo ao nosso site Jornal Folha Sertaneja Online!

Professor Galdino

Morte da arqueóloga Niéde Guidon entristece o Brasil

Publicada em 04/06/25 às 14:54h - 103 visualizações

Antônio Galdino com matéria de Ana Cristina Campos da Agência Brasil


Compartilhe
Compartilhar a noticia Morte da arqueóloga Niéde Guidon entristece o Brasil  Compartilhar a noticia Morte da arqueóloga Niéde Guidon entristece o Brasil  Compartilhar a noticia Morte da arqueóloga Niéde Guidon entristece o Brasil

Link da Notícia:

Morte da arqueóloga Niéde Guidon entristece o Brasil
 (Foto: Divulgação Agência Brasil)

Morte da arqueóloga Niéde Guidon entristece o Brasil

Antônio Galdino da Silva

Esse é sentimento que o Jornal Folha Sertaneja e este site encontraram quando procuramos conversar com a Arqueóloga, Professora Doutora Cleonice Vergne, ex-aluna da arqueóloga Niéde Guidon para falar sobre sua mestra inesquecível.

Muito abalada, a Doutora Cleonice, ex-professora da Universidade do Estado da Bahia UNEB onde desenvolveu, no Campus VIII, de Paulo Afonso o Curso de Arqueologia e é membro da Academia de Letras de Paulo Afonso disse estar sem condições de externar o seu pensamento e prometeu discorrer sobre o trabalho maravilhoso que a sua mestra realizou no Brasil, no Piauí, na Serra da Capivara.

A Professora Doutora Cleonice Vergne desenvolveu excepcional trabalho quando da construção da Usina Hidrelétrica de Xingó, e ali participou do resgate de acervo riquíssimo do Sítio Justino e outros, material que está no MAX – Museu de Arqueologia de Xingó construído em Canindé do São Francisco, ao pé da Barragem desta Usina Hidrelétrica.

Em Paulo Afonso, a Professora Cleonice Vergne fez um trabalho riquíssimo em vários povoados de Paulo Afonso quando foram descobertos cerca de cem sítios rupestres.

Sobre esse trabalho da Professora Cleonice Vergne reapresentaremos matéria especial nos próximos dias.

Arqueóloga Niéde Guidon

“A minha tristeza é arrasadora. Está muito difícil, pois dor é enorme. Cada atividade que não pode ser adiada para amanhã é um desafio” escreveu a professora Cleonice Vergne no grupo da Academia de Letras de Paulo Afonso, de que faz parte.

Ali, também se posicionaram outros membros da ALPA.

O presidente da ALPA, Isac de Oliveira, disse: “Pessoa como a Doutora Niéde Guidon, quando sai da cena da vida, deixa-nos a certeza que o mundo ficou melhor dela. Com 92 anos, é hora de descansar. Luto! Esse é o pesar é nosso. Que a nova geração honre o seu legado”.

O escritor, Virgílio Agra, também membro da ALPA escreveu: “Muito triste com a notícia do falecimento da grande Niède Guidon. Em sua memória cumprimento sua discípula Cleonice Vergne.”

O historiador João de Sousa Lima, escreveu: “Lamentável, deixou um grande trabalho na arqueologia brasileira. Tive a honra de conhecê-la quando realizei palestras em São Raimundo Nonato e fui visitar os sítios arqueológicos com o professor Wilson Seraine.”

Gilmar Texeira, também escritor e historiador da ALPA, escreveu: “Hoje um dia triste para a história do Brasil. Perdemos a nossa Arqueóloga Niède Guidon, nossa referência na Arqueologia brasileira. Que seu legado, seja como as pinturas rupestres por ela encontradas, seja duradoura. Meus sentimentos a todos os familiares e admiradores do seu nobre trabalho”. Gilmar Teixeira também escreveu uma crônica sobre esse tema que estaremos publicando neste site.


Quem também lamenta muito a perda da arqueóloga Niéde Guidon é a professora, escritora e arqueóloga Maria do Socorro Araújo Nascimento, ex-aluna da Professora Cleonice Vergne e também membro da Academia de Letras de Paulo Afonso que disse: 

"O Brasil perdeu, nessa quarta-feira 04 de junho de 2025,  uma grande referência no campo arqueológico, a querida e respeitada Niède Guidon. Ela deixou um grande legado para todos nós, arqueólogos formados na contemporaneidade. Seus feitos nos inspirava diariamente e era motivo de orgulho, como por exemplo o título recebido em 2024 de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) por suas pesquisas e trabalhos por mais de 50 anos naquela região. Ela transformou a região de São Raimundo, onde encontrou mais de mil sítios arqueológicos. Sua luta foi grande em defesa do patrimônio arqueológico brasileiro. No ano de 1991 o Parque Nacional Serra da Capivara foi incluído na lista de Patrimônio da Humanidade da Unesco, graças a sua atuação incansável. Ela também foi uma das criadoras da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), responsável pela pesquisa do acervo natural e cultural da região, por tantas conquistas Niède Guidon está imortalizada na história do Brasil, quiçá do mundo".

Veja a seguir a matéria publicada por Ana Cristina Campos, Repórter da Agência Brasil, no início desta tarde de 4 de junho de 2025.

Arqueóloga Niède Guidon morre aos 92 anos

Ela dedicou sua vida à pesquisa e à preservação da Serra da Capivara

Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil

Publicado em 04/06/2025 - 12:09 - Rio de Janeiro

A arqueóloga Niède Guidon, que dedicou sua vida à pesquisa e à preservação da Serra da Capivara, no Piauí, morreu nesta quarta-feira (4) aos 92 anos. A informação foi divulgada nas redes sociais do parque. A causa da morte não foi informada.

Ela revelou ao mundo as pinturas rupestres do parque que mudaram o conhecimento sobre o povoamento das Américas.

“Com coragem, paixão e compromisso com a ciência, fundou a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) e lutou por décadas para proteger e divulgar a riqueza arqueológica do Brasil. Sua trajetória deixa um legado imensurável para a ciência, a cultura e a memória do nosso país. Seu nome está eternamente gravado na história”, diz comunicado do parque.

No ano passado, a arqueóloga recebeu o Prêmio Almirante Álvaro Alberto 2024. A premiação, concedida anualmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Marinha do Brasil, é um reconhecimento aos cientistas brasileiros que contribuíram de forma significativa para a ciência e tecnologia do país e se deu durante a Reunião Magna da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Esse foi mais um título para a cientista que já foi condecorada com a Ordem do Mérito Científico, Grã-Cruz, do MCTI; além de ter conquistado o Green Prize, da organização pacificista e ecológica Paliber; o Prêmio Príncipe Klaus, do governo holandês; o Prêmio Fundação Conrado Wessel de Cultura; o prêmio Cientista do Ano, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); o Prêmio Chevalier de La Légion d'Honneur, do governo francês.

Segundo o CNPq, ao longo de sua carreira, Niède identificou mais de 700 sítios pré-históricos, entre os quais 426 paredes de pinturas antigas e evidências de habitações humanas antigas na área da Serra de Capivara, no Piauí.

Repercussão

A escritora Adriana Abujamra, autora do livro Niéde Guidon — Uma Arqueóloga no Sertão, afirma que a especialista fez uma revolução feminina no interior do Piauí ao chegar no local, na década de 1970. 

“Ela proporcionou uma revolução das mulheres. Ela contratou só mulheres para porteiras do parque. A chefe do parque hoje era uma menina quando a Niède chegou. Ela foi inspirada pela Niède. Ela falava em proteção do meio ambiente numa época em que pouca gente falava disso. Se não fosse o trabalho dela, talvez nem tivéssemos as pinturas rupestres e a fauna e a flora preservadas”.

Segundo Adriana, Niède chamou a atenção para a grande resiliência da caatinga e mudou os rumos não só da arqueologia como de toda a região.

“Ela colocou o Brasil no mapa da discussão da arqueologia do mundo na questão da ocupação das Américas por mais controversa que fosse a posição dela naquela época. A importância dela vai muito além da arqueologia. A Niède transformou aquela região. A primeira universidade federal no interior do Nordeste existe em São Raimundo Nonato pelo afinco dela”.

Em nota, o governo do Piauí disse que a arqueóloga transformou milhares de vida na caatinga e seu legado estará sempre na memória e no coração dos piauienses.

Segundo o comunicado, desde 1973, quando chegou à região da Serra da Capivara, Niède mudou os rumos da arqueologia brasileira e do primeiro registro do homem americano nas Américas, Ali, ela encontrou a riqueza de mais de mil sítios arqueológicos e pinturas rupestres datadas de até 12 mil anos de idade.

 “Tornou sua missão o reconhecimento destas riquezas e transformou a vida de sertanejos com diversos programas sociais. Para ela, desenvolver e prosperar o Parque Nacional da Serra da Capivara era sinônimo de melhorar a vida de cada piauiense que por ali se encontrava”, diz o governo.

O diretor do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alexandre Kellner, disse que recebeu com enorme consternação a notícia do falecimento de uma das principais arqueólogas do país.

“As contribuições realizadas pela professora Niède Guidon ficarão reverberando por bastante tempo, não apenas no campo da arqueologia, mas também em todos aqueles que atuam para a preservação do patrimônio científico, histórico e cultural do nosso país”.




ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário
0 / 500 caracteres


Insira os caracteres no campo abaixo:








Nosso Whatsapp

 (75)99234-1740

Copyright (c) 2025 - Jornal Folha Sertaneja Online - Até aqui nos ajudou o Senhor. 1 Samuel 7:12
Converse conosco pelo Whatsapp!