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Opinião/Reflexão/Crônica

Vida na contramão: a prática do suicídio como afastamento da dor humana

Publicada em 11/10/21 às 12:22h - 925 visualizações

Manoela Carvalho da Silva e Janaína Souza Silva


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Vida na contramão: a prática do suicídio como afastamento da dor humana
 (Foto: Da net)

O Brasil registra por grupo de 100 mil habitantes, de quatro a seis suicídios por ano. A região de Paulo Afonso, na Bahia, que tem população estimada em 119,213 mil pessoas para o ano de 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve a maior média de suicídios do Estado a cada 100 mil habitantes, em 2019. Foram 14 mortes, conforme o Departamento de Informática do SUS (DATASUS), resultando em 12 casos a cada 100 mil pessoas.

O suicídio deve ser visto como multifatorial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) interpreta o suicídio pela causa biológica, onde mais de 90% dos casos se associam a transtorno mental, que podem vir do histórico familiar ou de uma abertura psíquica. A maioria dos casos está ligada a depressão, transtorno bipolar de humor, uso abusivo de álcool e esquizofrenia. O tratamento adequado pode ser uma forma de diminuir as mortes. A OMS definiu o suicídio como prioridade. Mas, ainda são necessárias muitas pesquisas, estratégias de prevenção e intervenção. Ainda há uma precariedade no atendimento especializado, tanto para os que pensam e tenta o suicídio, quanto para as outras pessoas envolvidas. Em contrapartida, preconceitos, sentimentos de culpa e vergonha contribuem para que esses serviços de ajuda se tornem ineficientes, pois as pessoas acabam não buscando esse auxílio.

Segundo a OMS, nove em cada dez casos poderiam ser prevenidos. Nas cidades do interior, por exemplo, o medo de se tornar motivo de assunto pode desestimular a busca por tratamento. Sobretudo os homens evitam falar sobre o tema, com receio de serem chamados de “fracos”. Eles são os que mais morrem por suicídio, na Bahia, sendo em média 83% do total. No país o apoio a essas pessoas pode ser dado através dos Centros de Valorização da Vida (CVV), que buscam ajudar emocionalmente no intuito da prevenção do suicídio, o atendimento é voluntário e de forma gratuita, com total sigilo, por telefone, através do número 188, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

Enfatizando o social, não tem como investigar as causas do suicídio sem considerar que estamos em uma sociedade que chamamos de Sociedade Líquida, onde as relações se desfazem com facilidade, os rompimentos são realizados apenas com um clique de nossos dedos, deixando o que construímos mais frágil. Para o sociólogo Émile Durkheim, o suicídio é um dos fatos mais íntimos do comportamento humano. A ocorrência em uma população evidencia sua saúde mental, podendo definir situações que levam ao suicídio, como: a falta de integração social ou a demasia desta, e a pouca individualização.

E assim conforme o cenário que estamos vivenciando, nos resta provocar o dever de atuação da Administração Pública Federal, Estadual e Municipal na promoção da valorização da vida. Destacando que, diferentes grupos de pessoas demonstram reações diferenciadas a cada um dos motivos que lhes fazem decidir por tirar a própria vida, por isso a necessidade de um projeto terapêutico individual. A constituição de fatores sociais e políticos que podem desencadear implicações psicossociais precisam da atuação e olhar do Estado e da sociedade de maneira geral.

Não se sabe exatamente quando, nem porque, alguns indivíduos entram em um estado de sofrimento profundo, enquanto outros não. De acordo com uma definição de Andrew Solomon: “É a solidão dentro de nós que se torna manifesta e destrói não apenas a conexão com outros, mas também a capacidade de estar em paz consigo mesmo”. O suicídio atribui desafios que necessitam ser continuamente trabalhados ao longo do tempo. Acredita-se que ao se descobrir as causas para o suicídio é possível o controle e prevenção. Mas, as estatísticas revelam que essas estratégias não apresentam o resultado esperado. Não se trata de que tais estratégias estejam erradas, na verdade, ainda não conseguimos compreender o que realmente acontece às pessoas que decidem tomar essa decisão.




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