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Opinião/Reflexão/Crônica

Os conchavos políticos e a Festa do Bomfim

Publicada em 18/01/20 às 14:26h - 867 visualizações

Francisco Nery Júnior - De Salvador/BA para o site e jornal Folha Sertaneja


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Os conchavos políticos e a Festa do Bomfim
 (Foto: do Bahia no Ar)

Hoje, 16 de janeiro, fui à festa do Senhor do Bomfim em Salvador onde nasci. Bela providência enquanto aguardo um procedimento médico marcado para o dia seguinte. Moro bem perto da igreja e desci para contemplar o cortejo que traz a imagem católica do Filho de Deus da Igreja da Conceição da Praia para a Basílica do Senhor do Bomfim na assim chamada Colina Sagrada.

O meu interesse é o aspecto histórico-social da demonstração da mais pura baianidade.

Enquanto os políticos se “organizam” nos vários e incompreensíveis ajuntamentos eleitorais, em ano de eleições municipais, o povo simplesmente desfila do Elevador Lacerda até a Colina do Bomfim.

Para ele e para o cronista, são incompreensíveis, senão oportunistas ou esdrúxulos. O jeito é desfilar.

No desfile, parece que toda a Bahia se desloca para a Cidade Baixa.

São milhares de alienados conscientes que vão para o eixo sagrado de corpo e alma na esperança de encontrar algo que faça sentido no fim da caminhada.

Cansado de entrar em beco e sair de beco, o povo busca a ajuda do Senhor do Bomfim.

É a Madalena do poeta que, desta vez, não olha para a produção agrícola nem para a pecuária, mas para algo que julga transcendental.

Decepcionado, sem emprego e desprezado, quem ajuda é o Senhor do Bomfim.

Pode-se observar, no episódio e no momento da procissão de oito quilômetros, o completo colapso da construção social que gostamos de chamar de pirâmide.

As classes se misturam e se soldam no mais profundo e doce comunismo.

Todos se falam, se tocam e se respeitam numa tocante demonstração de que o que importa no momento é a Bahia.

Caminham alegres e pródigos esquecidos das dificuldades econômicas e das mazelas políticas do país.

Todos, quase todos, com a lata de cerveja na mão, vivem o paraíso em que desejariam viver todos os outros dias do ano.

O desfile de 2020 foi uma só alegria. Quase não apareceram gritos de protesto ou palavras de ordem. Uma ou duas faixas passavam acima das nossas cabeças. E o povo seguia alegre e descontraído como na velha Bahia dos séculos anteriores.

Seria, então, a comprovação talvez paradoxal, que há desenvolvimento? O povo estaria verificando que as coisas estão menos ruins?

O prefeito ACM Neto ajeita a cidade, implanta o sistema de transporte BRT e constrói o “Caminho da Fé” entre as Obras Sociais Irmã Dulce, agora Santa Dulce dos Pobres, e a Igreja do Bomfim.

O governador Rui Costa anuncia a ampliação da linha do metrô para Cajazeiras, a construção da ponte Salvador-Itaparica e a implantação do sistema VLT (veículo leve sobre trilhos) para o subúrbio e o presidente Jair Bolsonaro ressalta os indicadores econômicos melhorarem, o comércio exterior se firmar e o conceito do Brasil subir alguns pontos lá fora.

Da janela da minha casa, enquanto redijo o texto, contemplo o rio de gente ainda pujante no entorno do templo sagrado.

Vivem o momento longe dos aperreios do dia a dia. Esvaziam as latinhas e se divertem. Assim sendo, a explicação estaria no que foi dito no parágrafo anterior?

Francisco Nery Júnior

Membro da ALPA – Cadeira 18

De Salvador/BA para o site e jornal Folha Sertaneja




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2 comentários


F. Nery Júnior

02/02/2020 - 11:58:24

A forma escolhida pelo agente da lan house em Salvador para enviar a matéria deve ter alterado a formatação original dos parágrafos do texto. Desculpem-nos a falha.


Maria do Socorro

18/01/2020 - 16:31:09

O imortal, Francisco Nery, como sempre descreve cenas reais com o olhar crítico sem perder o lirismo. Seus textos são verdadeiras jóias lapidadas na semântica tão bem estruturada da nossa amada lingua portuguesa!


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