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Gilmar Teixeira - Proseando

De Francisco a Chico do Concreto

Publicada em 14/10/25 às 13:44h - 148 visualizações

Autor: Gilmar Teixeira


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De Francisco a Chico do Concreto
 (Foto: Fotos cedidas por Gilmar Teixeira)

Há histórias que parecem nascer do barro e do vento, moldadas pela coragem de quem acredita no trabalho como destino e no sertão como berço de fé. A de Francisco de Souza, o nosso Chico do Concreto, é uma dessas histórias que o tempo não apaga — apenas lapida, como o sol lapida as pedras das barrancas do Velho Chico.

Tudo começou quando o mestre de obras Cícero, homem de mãos firmes e olhar sereno, chegou a Paulo Afonso ainda nos tempos em que o lugar se chamava Forquilha. Trouxe na mala a esperança de um futuro e, no coração, o desejo de construir não apenas paredes, mas um novo tempo para o sertão. Ao lado da esposa Severina, ergueu família e alicerces: entre os filhos estavam Dé Butica, Quinha, Carlos Pamplona, Bileira, Paulo, Carminha, Teca, Sônia, Fátima e Lúcia (Luma).

  

Foi nesse chão de pedra e poeira que cresceu o menino Francisco, dividindo o tempo entre as peladas no Casquetinho e as primeiras lições da vida prática. O destino o levaria, anos depois, ao laboratório de concreto da CHESF, onde trabalharia ao lado do irmão Dé Butica. Ali, entre medições, cálculos e blocos de cimento, começou a moldar não apenas as bases das usinas, mas também o seu próprio nome.

 

Chico do Concreto — assim ficou conhecido o engenheiro que ajudou a erguer parte do que hoje é o coração energético do Nordeste. À frente da Divisão de Obras de Paulo Afonso, participou da construção das usinas Apolônio Sales e Paulo Afonso IV, testemunhando o sertão se transformar em potência, o rio se tornar energia, e a fé nordestina ganhar forma de progresso.

Filho de pioneiro, ele próprio se tornou símbolo de pioneirismo. E mesmo depois de aposentado, continuou construindo — não mais com ferro e cimento, mas com ideias. Em João Pessoa, onde hoje vive, dedicou-se ao estudo e à escrita. Concluiu mestrado e doutorado em Engenharia de Produção, e em 2012 publicou o livro Planejamento Estratégico com Proposição de um Modelo de Desenvolvimento Sustentável para a Região de Paulo Afonso, vislumbrando um futuro baseado no turismo, na agropecuária e nas pequenas empresas. “O modelo não foi aplicado”, lamenta, mas o sonho permanece no papel — e no coração.

Cinco anos depois, lançou Memórias de um Pioneiro, uma obra que resgata o tempo das turbinas, das cheias do São Francisco e da vida comunitária pulsante de uma cidade em construção. Um livro que é, ao mesmo tempo, registro histórico e declaração de amor a Paulo Afonso.

 

Hoje, Chico vive serenamente em João Pessoa, cercado pela família e pela brisa do mar, com o olhar ainda voltado para as margens do Velho Chico, onde tudo começou.

Porque há homens que constroem usinas, e há outros que constroem legados. Chico do Concreto fez os dois — ergueu barragens de energia e pontes de memória.

E é por isso que sua história não termina: ela continua fluindo, como o rio que lhe deu destino e nome.

* Fotos: Gilmar Teixeira

 

 

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