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Palestra de Dom Luiz Cappio em Paulo Afonso foi mais um grito de socorro pelo Rio São Francisco.

Publicada em 15/11/19 às 14:45h - 1222 visualizações

Antônio Galdino com apoio de entrevistas de Antônio Carlos Zuca


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Palestra de Dom Luiz Cappio em Paulo Afonso foi mais um grito de socorro pelo Rio São Francisco.
 (Foto: Antônio Galdino e Ascom/PMPA)

Na semana em que fez 21 anos da morte de D. Mário Zanetta, o terceiro bispo de Paulo Afonso, no período de 1988 a 1998 e falecido em 13 de Novembro de 1998, a Diocese de Paulo Afonso, atualmente dirigida pelo seu quinto bispo. D. Guido Zendron, realizou intensa programação na cidade entre os dias 10 e 14 de Novembro, com a realização de missas, atividades culturais e culminou com a realização de uma palestra com Dom Frei Luiz Flávio Cappio, Bispo de Barra, Bahia e intransigente defensor do rio São Francisco, tema de sua palestra.

Em toda a programação em homenagem D. Mário Zanetta, na Catedral, no cemitério Padre Lourenço Tori, um grande público mas, na palestra na busca de socorro para o rio São Francisco, embora desenvolvida por quem sempre lutou na defesa deste rio, fez greve de fome, enfrentou a poderosa gestão do presidente Lula, contra a transposição do rio São Francisco, apenas um pequeno grupo de pessoas, ligados aos programas da Diocese e algumas autoridades da cidade estiveram no Memorial Chesf de Paulo Afonso na manhã do dia 14 de Novembro.

Entre os presentes, uma boa representação de gestores da Prefeitura de Paulo Afonso. Ali estiveram, além do prefeito Luiz de Deus os secretários municipais, de Agricultura e Aquicultura, Jandirson Campos Torres; de Infraestrutura, Francisco Alves; de Educação, Elza Brito; de Meio Ambiente, Ivaldo Sales Júnior; de Administração, Kleston Andrade; de Saúde, Ghiarone Garibalde e de Administração do BTN, Luiz Humberto, além do controlador do município, Kleylson Siqueira.

Da ALPA, ali estavam o seu presidente, Antônio Galdino e os membros Fernando Motta e, vindo de Lagarto, Juracy Marques. Da Câmara Municipal, os vereadores Marconi Daniel e Marcondes Francisco.

A abertura do evento permitiu um gesto de gentileza do Conselho Municipal de Meio Ambiente que ofereceu ao palestrante uma placa de Honra ao Mérito, pela sua luta na defesa do rio São Francisco e, por consequência de todo o meio ambiente.

O prefeito Luiz de Deus aproveitou o evento que encerrava a programação em homenagem a D. Mário Zanetta e falou sobre a importância deste bispo, o terceiro desta Diocese, para Paulo Afonso. Para ele, o bispo foi um líder religioso que permanece vivo na memória dos pauloafonsinos.

“Algumas pessoas não morrem, e Dom Mário é uma delas. Durante sua vida, ele cuidou, não apenas do espírito, mas também da alma e do corpo das pessoas. A impressão que eu tenho é que ele permanece entre nós, trabalhando e nos ensinando grandes lições de vida”, falou o prefeito.

Seguiu-se a bela exposição de D. Luiz Cappio sobre as suas preocupações, que deveriam ser de todos os nordestinos e brasileiros, sobre a situação atual e as péssimas perspectivas para o futuro do rio que há séculos, milênios, leva a vida para milhões de nordestinos e que vem morrendo a olhos vistos a cada dia.

E Dom Luiz Cappio destacou que “de tantas preocupações, a maior de todas, que está levando à morte este rio que sempre proporcionou a vida abundante para tantos milhões de moradores dos biomas Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, é que os grandes projetos econômicos estão acabando com as nascentes dos afluentes maiores e dos subafluentes do rio São Francisco e com isso minando suas forças.”

O bispo também chamou a atenção para o excessivo uso de agrotóxicos que chegam às águas do rio e ressaltou que “a liberação pelo governo federal de muitos tipos de agrotóxicos altamente venenosos e proibidos em muitos outros países da América, da Europa, da Ásia, em todo o mundo, vão dizimar, vai permitir que ainda mais rapidamente a vida seja destruída no rio e em suas margens.”

"Há ainda o uso abusivo das águas nos imensos projetos de irrigação, pois o rio, que já não tem afluentes em plena força, que tem as nascentes desses afluentes destruídas, não produz mais a quantidade de água necessária para suprir todos esses imensos projetos, e ainda a transposição de suas águas para distâncias longínquas do seu leito.”

E conclamou a todos, “de todos os lugares, de todos os governos e em especial do governo federal, uma vez que o rio São Francisco é um rio nacional, e o único grande rio totalmente brasileiro, para que se aja logo, com a maior brevidade, em projetos que possam recuperar as milhares de nascentes, e se realize, de imediato, e num trabalho intenso, permanente e contínuo, todas as ações que permitam a revitalização deste rio, assoreado, sem matas ciliares, e invadido por esgotos, agrotóxicos, dejetos minerares industriais”.

Dom Luiz Cappio, que já esteve em Paulo Afonso proferindo palestra de sensibilização dos pauloafonsinos contra o projeto de transposição do rio São Francisco, concluiu o seu clamor pela vida do rio São Francisco, falando da Carta da Lapa, um documento assinado por 11 bispos ou representantes de dioceses de Minas Gerais(1), Sergipe(1), Pernambuco(2) e Bahia(7), inclusive o da diocese de Paulo Afonso, D. Guido Zendron, no 1º Encontro de Bispos da Bacia do São Francisco, realizada em Bom Jesus da Lapa(BA), em Dezembro de 2017 ou precisamente no 1º Domingo do Advento de 2017.

Em Maio de 2018, a Regional Nordeste 3, Dioceses da Bacia Sanfranciscana e CNBB publicaram uma Cartilha Ecológica do Rio São Francisco onde se faz um estudo precioso e de fácil entendimento da atual situação deste rio, com ilustrações de fotos do fotógrafo João Sinclair, falecido em acidente no Rio de Janeiro, no ônibus em que viajava, pouco depois de fazer um lançamento de livros em Paulo Afonso.

Em um trecho da Carta de Lapa, também publicada nesta Cartilha, os participantes desse encontro em Bom Jesus da Lapa, identificaram os maiores problemas que vêm causando a morte do rio São Francisco:

“Como pastores a serviço do rebanho que nos foi confiado, constatamos com profunda dor:

(a) o sumiço de inúmeras nascentes de pequenos subafluentes e, em consequência, o enfraquecimento dos afluentes que alimentam o São Francisco;

(b) o aumento da demanda de água para a irrigação, indústria, consumo humano e outros fins econômicos, sem levar em conta a capacidade real dos rios de ceder água;

(c) a destruição gradativa das matas ciliares expondo os rios ao assoreamento cada vez maior;

(d) a decadência visual dos rios e da biodiversidade;

(e) o aumento visível dos conflitos na disputa pela água em toda a região;

(f) empresas sempre fazem prevalecer seus interesses e o Estado acaba por ser legitimador de um modelo predatório de desenvolvimento".

A Cartilha traz à discussão vários temas ligados à preservação da vida do rio São Francisco e um deles assegura: “Rio vivo, povo vivo; rio morto, povo morto”. Simples assim.

Os interessados em adquirir este documento – Cartilha Ecológica do Rio São Francisco – 88 páginas em papel couchê – fotos e ilustrações coloridas - procurem na cúria da Diocese de Paulo Afonso ou se informem em suas paróquias. No evento, estava sendo vendida a R$20 reais.

A Carta de Lapa (Bom Jesus da Lapa, 1º Domingo do Advento de 2017), é assinada por Dom José Moreira da Silva – Bispo de Januária(MG), Dom José Roberto Silva Carvalho - Bispo de Caetité(BA), Dom José Roberto Silva Carvalho - Bispo de Caetité(BA), Dom João Santos Cardoso - Bispo de Bom Jesus da Lapa(BA), Dom Josafá Menezes da Silva - Bispo de Barreiras(BA), Dom Luiz Flávio Cappio, OFM - Bispo de Barra(BA), Dom Tommaso Cascianelli, CP - Bispo de Irecê(BA), Dom Carlos Alberto Breis Pereira, OFM - Bispo de Juazeiro(BA), Mons. Malan Carvalho – Administrador Diocesano de Petrolina(PE), Dom Gabrielli Marchesi - Bispo de Floresta(PE), Dom Guido Zendron - Bispo de Paulo Afonso(BA) e Monsenhor Vitor Agnaldo de Menezes – Bispo eleito de Propriá(SE).

(Antônio Galdino da Silva - entrevistas de Antônio Carlos Zuca)





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