Conflito Irã-Israel
Francisco Nery Jr
O Estado de Israel trava, neste momento, 18 de junho de 2025, às quatorze horas momento desta escrita, uma guerra de sobrevivência contra o Irã. É o sexto dia de guerra – é uma guerra - desde o ataque inicial. Já tendo o controle do espaço aéreo iraniano, Israel já poderia se considerar vencedor (vale lembrar que o estado judeu já tem bombas atômicas segundo avaliação geral). As injunções internacionais, porém, impõem cautela e prudência.
Os meios de comunicação de todo o mundo nos mantêm informados. Curiosamente, omitem ou se esquecem de pontos fundamentais para que possamos entender os acontecimentos quiçá escatológicos. Em consequência, a tarefa sobrou para nós, isto é, caiu nas nossas mãos. Vamos por pontos para evitar divagações e poupar espaço.
Em primeiro lugar, o Irã jurou aniquilar o Estado de Israel tirando-lhe o direito de existir como, aliás, fizeram vários estados árabes após a volta maciça dos judeus para a Palestina a partir de 1948. O que eles se esqueceram é que a concessão da Terra Prometida aos filhos de Abraão valeria para todo o sempre. No ano 70 da nossa era, veio a Diáspora, a dispersão dos judeus por todo o mundo, providencial para o Cristianismo, comandada pelo general romano Tito Flávio Vespasiano. Os judeus fugiram de Jerusalém prometendo (avisando) que voltariam. Durante quase dois mil anos celebraram a Páscoa em vários cantos do mundo com a promessa de “Este ano aqui, para o ano em Jerusalém”.
Importante notar que os iranianos não são árabes. Os árabes são filhos de Ismael nascido de Abraão e uma de suas escravas enquanto que os judeus são filhos de Isaque nascido de Abraão com sua esposa Sara. São, portanto, primos por parte de pai. Os judeus continuam a cultuar a Deus Jeová e [ainda] aguardam a vinda do Messias Prometido (uma minoria dos israelenses, não judeus, reconhecendo Jesus como o Cristo) e os árabes cultuam Alá (que alguns estudiosos desassociam de Deus Jeová) e têm Maomé como seu profeta.
As vitórias espetaculares do minúsculo estado judeu desde a sua criação em 1948 sobre os árabes (Guerra de Independência em 1948, Guerra dos Seis Dias em 1967, Guerra do Yom Kippur em 1973) podem ser atribuídas às promessas divinas. O ódio secular aos judeus – e a perseguição – nos trazem à cabeça a declaração dos judeus a Pôncio Pilatos no episódio da crucificação de Jesus Cristo: “Deixe que a maldição caia sobre nós e sobre nossos filhos”.
Entretanto os primos árabes e os vizinhos iranianos, não tão vizinhos, não conseguem, grosso modo, se desfazer do ódio e do desejo de vingança ao povo judeu. A guerra deste momento pode muito bem ser uma consequência da incúria dos ingleses (que detinham o controle da Palestina, nome moderno das terras bíblicas) ao saírem do protetorado, após o término da Segunda Guerra Mundial, sem que tivesse sido destinado um território com status de estado para os palestinos. Estamos na Idade Contemporânea e os direitos humanos são fundamentais para a convivência entre os povos.
Nos últimos anos, após 1973, o Egito, a Jordânia, o Catar (a Arábia Saudita em tratativas) escolheram o caminho da paz e coabitam a região em relações diplomáticas e proveitosas economicamente com o Estado de Israel. O regime iraniano, todavia, provavelmente sedimentado na Idade Média em termos de conceitos e tradições, se ergue, até o momento, em bastião e arauto de resistência à manutenção do Estado de Israel.
O motivo poderia ser a nostalgia da grandeza do Império Persa dos seus antepassados, como no caso de Vladimir Putin da Rússia em relação à grandeza dos czares, ou simplesmente a busca persistente, a todo custo, da hegemonia entre os vizinhos. “O poder, meu filho, o poder”, diria Ulisses Guimarães. No nosso caso, ainda bem que nós brasileiros não temos enveredado pelo mesmo caminho conscientes que descendemos de portugueses soberanos nos mares das grandes navegações, com muito sangue romano e faladores de uma língua latina; netos e bisnetos dos dominadores do mundo por quase seiscentos anos!
A vitória dos israelenses sobre o regime iraniano está a um passo do ponto final. Aos que creditam este desdobramento ao apoio do poderia militar do ocidente, a consideração do fato de onze países árabes terem sido vencidos por Israel em três guerras consecutivas com o massivo apoio da União Soviética em pleno esplendor.
Poucos creem em uma guerra prolongada. A esperança é que israelenses e iranianos – e todas as nações da região - possam, daqui pra frente, trilhar o caminho da paz vivendo em harmonia, cooperação e tolerância para o bem e o desenvolvimento de toda a humanidade.
Esta guerra, com todas as suas escaramuças, suas mortes e destruição lamentáveis, ainda não é o fim. Os judeus voltaram para o que consideram a Terra Prometida segundo a promessa de Deus a Abraão. Muitos deles judeus brasileiros que bem poderiam ter permanecido no Brasil deitados eternamente em berço esplêndido.
Francisco Nery Júnior
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Cadê os pastores que n]ão comentam...