Aconteceu ontem, 26 de novembro, a convite de Valmir Simplício, uma das reservas morais de Paulo Afonso vindo do Açude, diácono da Igreja Batista Central. Foi a consagração de três novos líderes da Igreja Bíblica dos Pankararés, pastoreada pelo pastor Carlos, na reserva do mesmo nome no Raso da Catarina, uma puxada de 40 quilômetros a partir do centro de Paulo Afonso.
O trabalho foi implantado há algumas décadas por missionários evangélicos, alguns deles americanos. Lá estava a missionária Margareth, agora viúva de outro missionário americano, firme e forte apoiada em bengalas abençoadas. Deu para tirar um pouco da ferrugem por falta de prática. A nossa prosa foi em inglês.
Na reserva, em 1984, um outro missionário americano rendeu a alma ao Criador no trabalho de perfuração de um poço artesiano que agora jorra água de qualidade abundante para os cerca de 1600 pankararés.
Senti, pela primeira vez no solo venerado de uma reserva indígena, no coração de uma tribo, o sangue indígena me ferver nas minhas veias; o sangue da minha bisavó materna, indígena desta região do Nordeste.
E me senti um deles, considerando, muito atentamente, talvez exemplo para o mundo, um grupo heterogêneo a se congratular embaixo de uma mangueira frondosa: o vice-prefeito de Glória, um vereador, um grupo de Águas Belas, nós outros de Paulo Afonso, uma missionária americana e, como corolário, os pankararés etnia representante dos povos indígenas fundamentais para a unidade nacional a partir de 1500.
E todos nos esbaldamos e nos empanturramos sem medo, temor, timidez e sem pudor no manjar farto e pródigo espalhado em longa mesa tradicional, delicioso e preparado de coração pelas bravas e competentes índias pankararés.
Confortante sabê-los assentados e orientados pela Funai – evitamos o termo assistidos – e felizes em sua terra original (a tribo é uma das mais antigas do Brasil). Felizes de nós em tê-los como guardiões responsáveis do meio ambiente. Alegres ao constatarmos que mais de dez por cento do território nacional estão sob a guarda dos indígenas, preservados, usados e explorados para desenvolvimento e usufruto deles; para o bem de toda a nação brasileira.