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Professor Galdino

"Galdino e o Rio São Francisco"

O texto faz parte de Monografia intitulada “O Caminho das Águas: Turismo e desenvolvimento sustentável na Região dos Lagos do Rio São Francisco, o rio da esperança"

Publicada em 12/10/25 às 15:01h - 178 visualizações

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 (Foto: Acervo Fotográfico Jornal Folha Sertaneja )

“Quando meu pai – João Galdino da Silva - decidiu buscar emprego nas obras da Chesf em Paulo Afonso, em novembro de 1954, eu beirava os 7 anos de idade.

Fui apresentado ao rio São Francisco, ainda no Estado de Pernambuco, ao embarcar junto com os carros paus-de-arara, ônibus e muita gente, na enorme balsa que nos deixaria no lado baiano, em Glória.

Foi uma visão fantástica e nunca esquecida. Nunca havia visto tanta água.

– “O mar deve ser grande assim”, pensava eu na minha inocência sertaneja...

Entre surpreso e extasiado, subi no caminhão para acabar a viagem até Paulo Afonso, 30 quilômetros à frente, e me esticava todo olhando o rio que ficava para trás, parcialmente encoberto pela cortina de poeira do caminhão...

Ao longo dessas décadas acompanhei o trabalho de meu pai, na construção das barragens e usinas. Vi inúmeras vezes o movimento das águas do rio, as águas imensas despencando da Cachoeira de Paulo Afonso, Véu da Noiva, Croatá. E, para não fugir da memória, tenho essas imagens gravadas por mim em muitas fitas de vídeo...

 Aprendi a nadar nas águas dos remansos do Velho Chico...

Nos anos 80, Abel Barbosa, o chefe dos escoteiros e vereador do Distrito, em Glória, defensor ardoroso da emancipação de Paulo Afonso, autor do Projeto de Lei desta emancipação, foi indicado pelo governador Antônio Carlos Magalhães para ser o Prefeito de Paulo Afonso e convidou-me para ser o Diretor de Turismo da Prefeitura.

Pude então ver de bem perto muita gente, importantes e humildes, extasiados como eu, diante das quedas das cachoeiras, nos mirantes vendo o rio passar, lépido, cheio de vida, afunilar-se num cânion de mais de 60 quilômetros e depois espalhar-se de novo e seguir para o abraço com o Oceano Atlântico, a 280 quilômetros de Paulo Afonso.

Quantas vezes me aventurei, como milhares de turistas, cruzando as quedas do Croatá, num bondinho de madeira e ferro, até a Ilha do Urubu e, depois, noutro bondinho, moderno, austríaco, percorrendo a 100 metros de altura os 330 metros do cânion entre os Estados da Bahia e Alagoas!

Comecei a tomar mais gosto ainda fascínio e mistério das águas do Velho Chico, nesta região.

Entristecido, vejo-me agora acompanhando o lamento dos sertanejos ribeirinhos que veem o rio “perder suas forças” e o mar invadindo terras...

Desde aquele 20 de novembro de 1954 que nasceu em mim um querer bem a esse rio grandioso e ao povo humilde, simples, trabalhador que vive às suas margens.

E foi esse amor antigo que me levou a escolher como tema de minha monografia do Curso de Pós-Graduação em Turismo e Desenvolvimento Sustentável da Universidade do Estado da Bahia, o aproveitamento das potencialidades turísticas que existem nessa região banhada pelo rio São Francisco, o caminho das águas, como uma proposta para a melhoria da qualidade de vida desse povo.

Uma recente visita da consultora de turismo Doris Huschmann a municípios da Região dos Lagos, reforçou em mim o entusiasmo por este assunto palpitante e o desejo de me aprofundar ainda mais no seu estudo de viabilidades econômicas”...

Autor: Antônio Galdino da Silva.

*O trecho citado faz parte de Monografia intitulada “O Caminho das Águas:  Turismo e desenvolvimento sustentável na Região dos Lagos do Rio São Francisco, o rio da esperança”.

*A Monografia foi apresentada pelo autor à Universidade do Estado da Bahia (UNEB) como requisito final para obtenção do título de Especialista em Turismo e Desenvolvimento Sustentável e elaborada sob a orientação do Professor Ms. Sérgio Luiz Malta de Azevedo em Paulo Afonso/Bahia - Dezembro de 2001. 

* Fotos: Acervo Fotográfico Jornal Folha Sertaneja 

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2 comentários


Jocelina Campos de Souza

14/10/2025 - 14:39:11

É muito prazeroso lê o que nosso querido e amado Tio Gal,escrevia.Todos os textos escritos por ele, há poesia,muito amor,vida e dedicação.Grande defensor e amante do Velho Chico.Tínhamos o prazer de ouvir por horas a dentro suas conversas produtivas e históricas!TIO GAL,COMO É DIFÍCIL CONTINUAR POR AQUI SEM A SUA PRESENÇA!Estamos seguindo na esperança do nosso reencontro! VOCÊ FICOU ETERNIZADO NOS NOSSOS CORAÇÕES! OBRIGADO PELA NOSSA SAUDÁVEL AMIZADE!!!Nosso professor,escritor, historia


Rose Mary

12/10/2025 - 15:42:53

Muito bom ! Como todo texto que o professor Galdino produziu durante anos! Muito talentoso! Que Deus o tenha!


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