Laço de Luto
in memoriam
Professor Antônio Galdino

noticias Seja bem vindo ao nosso site Jornal Folha Sertaneja Online!

Artes & Literatura - Em Destaque

Cordel Comemorativo - Tapera de Paulo Afonso, 300 anos.

Autor: Marcus Vinícius Ribeiro de Moraes

Publicada em 10/10/25 às 10:26h - 127 visualizações

Jornal Folha Sertaneja Online


Compartilhe
Compartilhar a noticia Cordel Comemorativo - Tapera de Paulo Afonso, 300 anos.   Compartilhar a noticia Cordel Comemorativo - Tapera de Paulo Afonso, 300 anos.   Compartilhar a noticia Cordel Comemorativo - Tapera de Paulo Afonso, 300 anos.

Link da Notícia:

Cordel Comemorativo - Tapera de Paulo Afonso, 300 anos.
 (Foto: Capa Cordel Comemorativo Tapera de Paulo Afonso: 300 anos )


Já diz um velho ditado:

“Onde foi casa é Tapera”, 

Um grupo de estudiosos 

Que a gente considera 

Trabalhando sem cansar

A história reitera.


Da carta da Sesmaria 

Que Affonso recebeu,

 Digo, Paulo de Viveiros 

Uma casa ofereceu 

Como apoio dos D’Ávila 

Segundo se escreveu.

 

A velha casa da Torre

foi até hospedagem,

Pois ali naquele chão

De boiadas, era passagem

A Tapera de Paulo Afonso 

Foi roteiro de viagem.


Ali descansavam os homens

E também os animais

Nesse lugar sertanejo

De povos originais

Mas foi mudando a paisagem 

Pros momentos atuais.

 

E por essa travessia

De vereda e de caminho 

A Cachoeira roncava,

O pássaro fazia ninho 

Emanando vibrações

E com elas me alinho.

 

Por ali tinha perdizes,

E cantos de ribaçã, 

Seriemas, juritis

E a voz triste da acauã

E seriemas cantando 

Oito horas da manhã.


A história da Tapera 

Merece ser destrinchada,

A sua povoação

Com certeza, respeitada. 

Antes da futura Chesf

A terra era cultivada.

 

Bem sei que Garcia D’Ávila 

Junto ao Padre Pereira

Por ali se aventuraram

 Pisaram aquela Fronteira 

Tomaram banhos no rio

Contemplando a Cachoeira.

 

Os caboclos de Rodelas 

Tangeram suas boiadas 

Repousando por ali 

Fazendo suas paradas

E as terras da Tapera 

Foram sendo povoadas.


As terras primeiramente

Se chamavam “Sumidouro” 

Por ser quase um deserto

E nem tinham Logradouro, 

Bem diferente de hoje

Que as terras valem ouro.

 

As terras eram medidas

De forma empiricamente.

 As áreas pouco precisas,

 Assim era aquela gente

Que entre dificuldades

 Palmilharam a terra quente.

 

O tempo foi se passando,

O gado ali avançou; 

Também a economia

Pouco a pouco se moldou

E por ali na Tapera

O bom progresso chegou.


Depois que Pedro II 

Pisou naquele local Dutra fez a sua parte 

De forma fenomenal,

Sem esquecer que Delmiro

Foi pioneiro legal.

 

Aí teve uma mudança

Na terra dos pescadores

Com a pujança econômica

E diferentes valores 

Por conta da energia 

Nessa terra multicores.

 

A tapera pertencia

A Santo Antônio da Glória

Mas passou pra Paulo Afonso

 Como relata a história,

E assim aquele povo 

Segue sua trajetória.


E a Chesf deu origem

A grande Vila Operária,

A Tapera agora tinha 

Vizinhança paritária,

Sua gente hospitaleira 

Não era mais solitária.

 

Paulo Afonso emancipado 

Para todos foi sucesso

E a secular Tapera 

Não vivendo no recesso 

Tapera agora era Bairro 

Detentora do progresso.

 

São três séculos de história

 Desse bairro tão querido

Com sua gente pacata

E seu povo evoluído

 Pois o bairro não podia 

Ser pelo povo esquecido.


São três séculos percorridos 

Com trabalho e com ação

Desse povo aventureiro

Da querida região;

Brava é a sua gente,

Heráldico é nosso brasão.

 

Castro Alves em seus poemas

Da Tapera se esqueceu

Porém sua gente lembra;

E lembra assim como eu, 

Então vamos escrever

O que alguém não escreveu


Enfim cabe a nós agora

Retratar essa memória

                   Nas margens do Velho Chico

Fazemos a oratória,

Cada pedra aqui fincada 

É um marco de vitória.


Nesse Século XXI

Com respeito e gratidão,

Crédito, notoriedade

E com admiração

Cada filho que te canta

Traz no peito gratidão.

 

Cada amigo é um irmão, 

Companheiro e aliado 

Cada conhecido aqui

Pelo outro é respeitado

Deixo aqui o meu respeito

Por cada exemplo dado.

 

És exemplo de coragem 

Com destemida firmeza 

Com teu povo destemido

De infinita grandeza

Que o futuro te conserve

Na fé e na natureza.


Se falou-se pouco ou muito 

Mas não se sabe o bastante;

O seu povo sertanejo

Vai prosseguindo adiante

Com os seus casos e causos

De forma justa e brilhante.

 

Relatos e sucedidos 

Esquecidos ou lembrados 

Cada conversa é um conto

De abundantes galhardos

Nas suas recordações 

Seguimos alumiados.

 

As coisas aqui mudaram 

Conforme o tempo passou.

A Tapera evoluiu,

O tropeiro se ausentou.

E com o passar dos tempos

Sua gente se moldou.


Um mimo para a Tapera

De Paulo Afonso, o sesmeiro

Com sua gente feliz

E seu povo hospitaleiro 

Terra que Abel Barbosa 

Aqui foi aventureiro.

 

Nosso saudoso Galdino 

Dizia com perfeição

- Muitos aqui escreveram 

Sua história com paixão!

E a garra do seu povo

Vem mantendo a tradição.

 

Sua história secular

Vem bem antes das usinas

Surgiu aqui nessa terra

Muito além das oficinas

Assim a história segue 

Seguindo suas doutrinas.

 

Pela história da Tapera 

Nosso grupo pesquisou, 

Cada historiador

Por certo nos ajudou.

Deixo um agradecimento 

Para quem colaborou.

 

És o bairro Centenário 

Conforme a evolução

Porque o mundo voltas

Assim é a tradição,

Mas o nome da Tapera

Mora no meu coração.


Autor: Marcus Vinícius Ribeiro de Moraes 


Fontes Pesquisadas:

Andrade, Theophilo de; Paulo Afonso a Cachoeira Domada/Crônicas

Serviço Gráfico da Chesf, Rio de Janeiro, Outubro de 1969;

MELO, José Antônio Gonçalves de; Livro de Confirmação de Cartas Patentes; 

Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa, 1951-52;

Silva, Antônio Galdino da; De Forquilha a Paulo Afonso: História e Memórias de pioneiros. Editora Fonte Viva, 2014;



-----



Nosso Site: www.folhasertaneja.com.br


Instagram @jornalfolhasertaneja.oficial




 




ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

1 comentário


Antão Siqueira

22/10/2025 - 10:51:11

Parabéns poeta! Bem retratada a história da Tapera, esse lugar é muito especial, faço pedalada quase todos os dias por lá, sinto uma energia muito boa...Sou nativo de PA.


Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário
0 / 500 caracteres


Insira os caracteres no campo abaixo:








Nosso Whatsapp

 (75)99234-1740

Copyright (c) 2025 - Jornal Folha Sertaneja Online - Até aqui nos ajudou o Senhor. 1 Samuel 7:12
Converse conosco pelo Whatsapp!