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Memória Viva

Há 107 anos nascia a Usina Hidrelétrica de Angiquinho

Publicada em 31/01/20 às 00:18h - 2129 visualizações

Antônio Galdino


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Há 107 anos nascia a Usina Hidrelétrica de Angiquinho
Usina Angiquinho e a Cachoeira de Paulo Afonso nas cheias do rio São Francisco (foto; Antônio Galdino)  (Foto: Antônio Galdino e Arq. Folha Sertaneja)

No início do século XX, em 26 de Janeiro de 1913, a Cachoeira de Paulo Afonso ganhava uma nova visão com a inauguração da Usina Angiquinho, pelo cearense Delmiro Gouveira.

Bem antes, em meados do século XIX estas cachoeiras gigantescas do rio São Francisco mereceram toda a atenção do engenheiro Halfeld que, a mando do Imperador D. Pedro II, produziu detalhado relatório, sobre o rio São Francisco, medido por ele e sua equipe, légua a légua desde Pirapora em Minas Gerais até foz.

A descrição da imponência desta cachoeira, instigou a curiosidade do Imperador que realizou cansativa viagem da corte, no Rio de Janeiro até os sertões nordestinos para conhecer e “fazer desenhos imperfeitos” dessa grande Cachoeira de Paulo Afonso.

O grande poeta baiano Antônio de Castro Alves, mesmo sem conhece-la, produziu versos imortais que foram publicados no livro A Cachoeira de Paulo Afonso, seis anos depois da morte do poeta.

Enquanto engenheiros, o Imperador, poetas tiveram olhares extasiados pelas quedas dágua de Paulo Afonso, o cearense Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, certamente igualmente deslumbrado por essa beleza, teve também pelas muitas águas do rio São Francisco nesta cachoeira o olhar do empreendedor, com o foco na economia e no desenvolvimento.

Dessa visão, concebeu e mandou construir a Usina Angiquinho, inaugurada em 26 de Janeiro de 1913 na curva do rio São Francisco, na divisa dos Estados da Bahia e Alagoas, para gerar energia hidroelétrica e o seu sonho era levar a luz de Angiquinho para todo o Nordeste.

Não pôde fazer isso, por desinteresse e visão míope do governador de Pernambuco mas levou energia e também água encanada para a sua fábrica de linha de coser, a Companhia Agro Fabril Mercantil, depois conhecida como Fábrica da Pedra, no Povoado Pedra, chamado por muito tempo de Pedra de Delmiro e hoje a cidade de Delmiro Gouveia, no Estado de Alagoas.

A energia hidro elétrica gerada em Angiquinho e a água encanada que saía da Cachoeira de Paulo Afonso também chegavam às casas e ruas do Povoado Pedra onde morava Delmiro Gouveia, distante 24 km da hidrelétrica. Em 10 de Outubro de 1917, Delmiro Gouveia foi assassinado, na varanda de sua casa quando lia os jornais que recebia do Recife.

O artista plástico pauloafonsino, Hilson Costa imaginou e pintou a figura de Delmiro Gouveia em sua cadeira no mesmo cenário da Usina Angiquinho e da Cachoeira de Paulo Afonso. Este quadro, óleo sobre tela, está na recepção do Memorial Chesf em Paulo Afonso, em cujo auditório estão outros ricos painéis pintados por esse artista.

Os geradores da Usina Angiquinho foram montados em uma construção localizada no meio do paredão de granito de 80 metros de altura e o cenário tem ainda atraído a atenção dos turistas que a vêem do mirante da Cachoeira de Paulo Afonso, na Ilha do Urubu, no lado baiano do rio São Francisco ou do mirante localizado no lado alagoano no local que ficou conhecido como Limpo do Imperador, de onde o Imperador D. Pedro II observou a Cachoeira de Paulo Afonso em sua visita a estas quedas dágua em 20 de Outubro de 1859.

A Usina Angiquinho continuou funcionando até o ano de 1960 depois adquirida pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, o que aconteceu em 31 de Outubro de 1957. Bem antes, em 1946, a Usina Angiquinho, forneceu energia para a construção da Usina Piloto, pelo Ministério da Agricultura e depois pela própria Chesf que se instalou na região em 1948.

Desativada, parte do patrimônio da Usina foi roubada e a Chesf resolveu restaurar esse patrimônio primoroso sob o comando do Engenheiro Francisco Souza e passou a receber grande número de visitantes em passeios organizados por agências de turismo do Nordeste e até de outras regiões do país.

Em 30 de novembro 2006, todo o complexo da Usina Angiquinho foi tombado pelo Estado Alagoas na gestão do governador Luís Abílio de Sousa Neto, tornando-se um Sítio Arqueológico e Histórico, e Patrimônio Histórico Cultural de Alagoas.

Hoje, este rico patrimônio que deixou de ser administrado pela FUNDEG – Fundação Delmiro Gouveia, continua sendo de propriedade da Chesf e está abandonado até que a Chesf lhe dê nova destinação.

Em 2013, ano do centenário da inauguração da Usina Angiquinho, Antônio Galdino da Silva, atual presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso – ALPA em parceria com o também membro da ALPA, João de Sousa Lima, escreveram o livro ANGIQUINHO – 100 Anos de História – Rio São Francisco, Delmiro Gouveia e a Chesf. Este livro, quase esgotado, ainda pode ser encontrado no Supermercado SUPRAVE, em Paulo Afonso/BA.




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1 comentário


Inacio

24/07/2022 - 23:57:19

Bonitas fotos.


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